Lembro-me de, na infância, me fascinar com a agulha de costurar. Um objeto tão irrisório e, especialmente, poderoso, capaz de fazer, ou consertar, roupas. O detalhe melhor era como colocar a linha naquele furinho minúsculo. A criança que fomos era atenta a essas riquezas do ínfimo, como, igualmente, observar o melão caetano se estendendo pela cerca ou a alma-de-gato pousada, ereta, nalgum galho dalguma árvore. (Quase) tudo era mágico.